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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Violência contra as mulheres.

Tinha planejado postar um artigo sobre saúde, mas vi uma situação no Facebook, que me deixou um tanto indignada. Lendo meu feed de notícias , uma postagem em especial e triste, chamou-me atenção, por tratar sobre violência contra as mulheres (informava que a cada 15 segundos uma mulher é espancada no país, o machismo mata). O que me deixou “P” da vida, mas não surpresa, pois sei dos preconceitos que ainda acercam esse tema, foram alguns comentários toscos e machistas feitos por um amigo de amigo (coisas do Facebook). Para vcs terem uma idéia , segue na íntegra um dos comentários: "Este tipo de campanha coloca homens contra mulheres, fomenta o aparecimento de leis estapafurdias tipo lei maria-qqer-coisa, e satisfazem periguetes, advogados e a tchurma do judiciario. Mulheres com bons valores morais e auto-estima dentro da normalidade, passam longe de homens violentos... certamente não são regras estatais q vão resolver o problema."
Dá pra acreditar? “Mulheres com bons valores morais e auto-estima dentro da normalidade, passam longe de homens violentos”. Será? Somente "periguetes" sofrem violência? É óbvio que não. Puro preconceito e machismo.
Várias pesquisas apontam que o agressor pode ser qualquer tipo de homem, desde o mais sério e culto ao menos favorecido. Segundo a psicóloga Ruth Gheler , muitos agressores são homens acima de qualquer suspeita. Aparentam ser cavalheiros, de reputação ilibada e idônea, tanto no ambiente social e de trabalho, não demonstrando nenhuma atitude violenta, esta que, só aparece dentro de casa. Geralmente quando a mulher que foi vítima da violência pede algum tipo de ajuda, alguns vizinhos não acreditam que este “homem cavalheiro”, tenha sido capaz de tal atitude, pois é difícil associar a imagem pública do homem respeitável à do espancador. Do ponto de vista psicológico, esses homens têm uma insegurança muito grande em relação à própria virilidade, ao papel masculino. São muito possessivos e ciumentos, vendo então as mulheres como sua propriedade e não agüentam perder o controle sobre elas.
E o que dizer das mulheres? Segundo os psicologos Antônio Carlos Gelsi e Cássia Marina Giodon da Silva, qualquer mulher pode ser vítima de violência. Não importa se ela é rica, pobre, branca ou negra; se vive no campo ou na cidade, se é moderna ou antiquada; católica, evangélica, atéia ou umbandista. A única diferença é que as mulheres mais ricas conseguem esconder melhor sua situação e têm mais recursos para tentar escapar da violência.
Segue algumas dificuldades da mulher em romper o laço afetivo com o agressor:
vPerda da identidade (auto-estima e auto-imagem)
v Tem medo de sofrer uma violência ainda maior;
v Tem vergonha dos vizinhos, dos amigos e da família;
v Tem medo de prejudicar o agressor e os filhos;
v Não quer que o pai de seus filhos vá preso;
v Se sentem culpadas e/ou responsáveis pela violência que sofrem;
v Sensação de fracasso e culpa na escolha do parceiro;
v Não possuem condições financeiras para mudar o rumo de sua vida.
Tipos de violência: Violência contra a mulher – é qualquer conduta – ação ou omissão – de discriminação, agressão ou coerção, ocasionada pelo simples fato de a vítima ser mulher e que cause dano, morte, constrangimento, limitação, sofrimento físico, sexual, moral, psicológico, social, político ou econômico ou perda patrimonial. Essa violência pode acontecer tanto em espaços públicos como privados.
Algumas mulheres são vítimas de abusos e violência o tempo todo, sim. Se andam vestidas com roupas curtas ouvem desaforos. Se vão a uma balada desacompanhada de um homem é porque desejam pegar qualquer indivíduo que dê mole. Se são simpáticas estão, dando mole. E, se falam não, estão fazendo doce. E segundo esse meu amigo do Facebook, “as mulheres com bons valores morais e auto-estima dentro da normalidade, passam longe de homens violentos”, isso quer dizer que, se a mulher sofre violencia’, ela não é mais uma mulher digna? Não merece respeito, pq não percebera antes do casamento que o marido tinha grandes chances de ser um agressor. Ah Vah... O preconceito ainda existe e muito.
A primeira atitude a ser tomada em uma situação de violência é pedir ajuda para alguma pessoa que transmita confiança. Não sofrer calada. Tem que procurar ajuda!
As mulheres que sofrem violência podem procurar qualquer delegacia, mas é preferível que elas vão às Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAM), também chamadas de Delegacias da Mulher (DDM). Há também os serviços que funcionam em hospitais e universidades e que oferecem atendimento médico, assistência psicossocial e orientação jurídica. Podem ainda procurar ajuda nas Defensorias Públicas e Juizados Especiais, nos Conselhos Estaduais dos Direitos das Mulheres e em organizações de mulheres. #prontofalei.
Segue um link com mais informações sobre o tema: http://www.falesemmedo.com.br/_conteudo/download/pesquisa/falesemmedo.pdf 

5 comentários:

  1. Solidariedade sempre. Violência nunca. Obrigado pela visita, fiquei feliz. Retribuir é sempre bom e gratificante. Beijos.

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  2. Postagens humanitárias são sempre bem vindas!

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  3. Vim agradecer sua visita e seu doce comentário sobre a Bia. Adorei seu blog, ja estou te seguindo e virei sempre por aqui. Apareça, amo visitinhas. Bj

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  4. Penso que a mulher quando se deixa violentar, o faz por medo ou baixa auto-estima. Dentro dessa situação, muitas mulheres se fragilizam e o psicológico enfraquece - ela fica sem ação se não tem o apoio familiar. A nossa sociedade é a grande culpada, pois os homens são criados de forma a se verem dentro de uma relação como a parte dominante. Importantíssimo que a mulher tenha um trabalho e não dependa financeiramente do homem. Acho que o ponto que você ressaltou no post tem a ver com isso e não com ser periguete.

    Kátia, vim lhe fazer um convite!
    Você participou de edições anteriores do BookCrossing Blogueiro (Vamos esquecer um livro?) e vim avisar que no dia 08 de Novembro, terça-feira, acontecerá a 3ª Edição. Nesta postagem faço a chamada e gostaria de contar mais uma vez com a sua presença e/ou divulgação.
    No blogue explico porque a chamada ficou para a última hora.
    Bom fim de semana!
    Beijus,

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  5. Ótimo post!

    Há uma gente que perde a oportunidade de ficar calada, no caso, o 'amigo' do Facebook. Esse aí não é amigo de ninguém, é amigo do preconceito e da ignorância. Um parvo!

    Um abraço,

    Suzana/LILY

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